Cineasta capixaba leva histórias indígenas ao festival internacional em Lisboa
A cineasta capixaba Karol Felicio está em Portugal, onde participa nesta quinta-feira (5) do painel “Histórias de conexão com a natureza e o papel do audiovisual", no FESTin – Festival de Cinema da Língua Portuguesa. O evento, que acontece em Lisboa, conta com a exibição do seu documentário "Travessia".
O filme aborda a relação das mulheres indígenas da Aldeia Piraquê-Açu, em Aracruz, com o parto, em uma narrativa sensível e potente sobre ancestralidade, resistência e conexão com a natureza. A produção tem patrocínio da Imetame e da ES Gás, viabilizada pela Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria da Cultura (Secult).
Além de ser exibido no exterior, "Travessia" vem se destacando no circuito de festivais. O documentário já foi selecionado para 11 festivais nacionais e dois internacionais, incluindo eventos como a Mostra de Cinema de Tiradentes (MG), a Mostra Itapety (SP), o Ecoa - Mostra Ambiental de Cinema (AM) e o Muyuna Fest, no Peru.
Premiações
A obra também conquistou prêmios importantes: foi eleito Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Som no festival Curta Taquary, em Pernambuco, além de receber o título de Melhor Documentário Brasileiro no Curta Capiranga, no Pará. Para Karol Felicio, o reconhecimento tem um significado profundo. “É uma alegria imensa ver nosso trabalho ganhando o mundo. Levar personagens tão potentes do Espírito Santo para outros lugares, romper fronteiras com histórias que nascem aqui, é emocionante e transformador”, diz o cineasta.
Ela destaca ainda a importância de dar visibilidade às narrativas indígenas. "Essas mulheres carregam saberes ancestrais que precisam ser ouvidos. O audiovisual é uma ponte poderosa entre mundos, e 'Travessia' é isso, um convite ao encontro", declara.